terça-feira, 31 de julho de 2007

cego = c + ego!!!

"Um sábio cruzou-se, um dia, nos arredores de uma velha cidade do Oriente, com um grupo de cegos que tagarelavam, batiam com os pés, se descompunham, em grande algazarra.
-É um pilar! - afirmava um deles.
-Nada disso! Nada disso! É um tapete! - garantia o outro.
-Imbecis! - berrava um terceiro. - vocês não perceberam nada: é um tubo!
Estalavam os insultos e as afirmações contraditórias.
-Miserávies ignorantes! pois eu digo-vos que é uma parede!...
- Um estátua!...
- Um ramo!...
- Um regador!..
Que grande gritaria!
O sábio aproximou-se e procurou acalmar os espíritos, para se fazer ouvir.
- Nenhum de vocês tem razão - explicou - o objecto das vossas discussões infantis é, na realidade , um elefante, mas conforme lhe tocais numa orelha, na tromba, numa das patas, etc.. assim vos persuadis de segurar, este aqui, um tapete, o outro, um tubo, outro ainda, um pilar, e assim por diante...
A maior parte dos cegos não acreditou nele, e continuaram a discutir uns com os outros."


Esta fábula é muito conhecida no Oriente e serve para ilustrar uma das ideias fundamentais das civilizações da Ásia: o homem comum vive num mundo particular, pessoal, subjectivo. É cego, presa de angústias e violências... "
Patrick Ravignant

Um comentário:

Anônimo disse...

(O título está demais!)
Lembro-me dum filme que narrava o percurso de diferentes personagens em momentos que se sobrepunham (reviamos cenas, de vez em quando, quando as personagens partilhavam espaços e tal). A esse filme Gus Van Sant chamou Elephant. Sugeria, diz-se, que cada um tinha o seu ponto de vista e que os paquidermes fogem-nos facilmente (ou então são lentos e chegam sempre atrasados, ...). Tinha um miúdo com um cabelo muito louro sobre os olhos e umas maçãs muito rosadas. Devia fazer frio ali.