domingo, 6 de setembro de 2009

Sendo assim...

"(...) Adoravas sentir e pensar que eu te tomava pelo teu guardião e protector, que a minha própria vida estava nas tuas mãos, na tua pericia ao volante e nas tuas sábias decisões! E, todavia, oh meu querido, se tu soubesses que quando eu verdadeiramente gostava de ti era quando te surpreendia com um ar de menino perdido e contente, quando te via cansado ou assustado, quando fingias saber onde estavas e não fazias ideias, quando à noite na tenda me encostava a ti e só então tu adormecias, embora fingisses estar a dormir há muito!"

In No teu deserto, quase romance.

No teu deserto (Quase Romance)

"Às vezes, lá onde moro, fico à noite a olhar as estrelas como as do deserto e oiço o tempo a passar, mas não me angustia mais: eu sei que é justo e que tudo o resto é falso"

Miguel Sousa Tavares

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Efeito Boomerang

"Deixa-me contar-te uma velha história, que poderá ajudar-te a compreender melhor - continuou Julian. - Era uma vez uma velhinha frágil a quem falecera o marido carinhoso. Depois de enviuvar, ela foi viver com o filho, a nora e a neta. Todos os dias, a vista da senhora piorava e o mesmo acontecia com a sua capacidade auditiva. Às vezes, as suas mãos tremiam tanto, que as ervilhas rolavam do seu prato e a sopa escorria-lhe pelos cantos da boca. O filho e a nora ficavam aborrecidos com a porcaria que ela fazia e, um dia disseram que já chegava. Portanto, montaram uma mesinha para a senhora, a um canto da cozinha, junta da despensa, e obrigaram-na a comer ai, sozinha. Ela olhava para eles à hora da refeição, com os olhos rasos de lágrimas, mas eles nem se davam ao trabalho de lhe dirigir a palavra enquanto comiam, excepto para repreende-la por ter deixado cair a colher ou o garfo.
"Uma noite, antes do jantar, a netinha estava sentada no chão, a brincar aos legos. " O que é que estás a construir?" perguntou o pai, todo interessado. "Estou a construir uma mesinha para ti e para a mamã", disse ela, " para vocês comerem a um canto, quando eu for grande". O pai e a mãe ficaram tão constrangidos que não falaram durante o que pareceu uma eternidade. Depois começaram a chorar. Nesse instante, tomaram consciência da natureza dos seus actos e da tristeza que haviam causado. Nessa noite, levaram a velhinha de volta para o seu devido lugar à mesa e, a partir desse dia, ela comeu todas as refeições na companhia deles. E quando um pedacinho de comida caía da mesa ou um garfo aterrava no chão, já ninguém parecia importar-se"
"Nesta história os pais não eram pessoas más. - disse Julian. Precisavam simplesmente que a centelha da consciência ateasse a sua vela da compaixão."


in " O Monge que vendeu o seu Ferrari" Robin Sharma

domingo, 7 de junho de 2009

Eu tenho um Melro - Deolinda..



Eu tenho um melro
que é um achado.
De dia dorme,
à noite come
e canta o fado.

E, lá no prédio,
ouvem cantar...
E já desconfiam
que escondo alguém
para não mostrar.

Eu tenho um melro,
lá no meu quarto.
Não anda à solta,
porque, se ele voa,
cai sobre os gatos.

Cortei-lhe as asas
para não voar.
E ele faz das penas
lindos poemas
para me embalar.

Melro, melrinho,
e se acaso alguém te agarrar,
diz que não andas sozinho
que és esperado no teu lar.

Melro, melrinho
e se, por acaso, alguém te prender,
não cantes mais o fadinho,
não me queiras ver sofrer.

E não voltes mais,
que estas janelas não as abro nunca mais.

Eu tenho um melro
que é um prodígio.
Não faz a barba,
não faz a cama,
descuida o ninho...

Mas canta o fado
como ninguém.
Até me gabo
que tenho um melro
que ninguém tem.

Eu tenho um melro...
(-Que é um homem!)
Não é um homem...
(-E quem há-de ser?!)
É das canoras aves
aquela que mais me quer.

(-Deve ser homem!)
Ah, pois que não!
(Então mulher…)
Há de lá ser!?
É só um melro
com quem dá gosto adormecer.

Melro, melrinho...[refrão]

E não voltes mais,
que a tua gaiola serve a outros animais.

In my arms

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Chasing pavements

I've made up my mind,
Don't need to think it over,
If i'm wrong i am right,
Don't need to look no further,
This ain't lust,
I know this is love but,

If i tell the world,
I'll never say enough,
Cause it was not said to you,
And thats exactly what i need to do,
If i'm in love with you,

Should i give up,
Or should i just keep chasing pavements?
Even if it leads nowhere,
Or would it be a waste?
Even if i knew my place should i leave it there?
Should i give up,
Or should i just keep chasing pavements?
Even if it leads nowhere

I'd build myself up,

And fly around in circles,
Wait then as my heart drops,
And my back begins to tingle
Finally could this be it


sexta-feira, 22 de maio de 2009

Cativa-me e eu cativo-te... O que é o amor?




Principezinho

...E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
- Ah! desculpa, disse o principezinho.
- Que quer dizer "cativar"?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços..."
- Criar laços?
- Exactamente, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo... Se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
- Por favor... cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me! ...

Antoine de Saint Exuperry

"casamentos e infidelidades"




"Não podemos construir a nossa felicidade em cima da infelicidade dos outros."

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Best friend love...



Amar alguém que é o nosso melhor amigo será utopia?
Porque é que isso dificilmente acontece?
Porque quando amamos alguém queremo-lo(a) sempre colado(a) a nós... até ao mais generoso dos seres humanos toca o egoísmo e a sensação de ciume quando ama. :) Mas acredito que é possível. E só o tempo transforma essa pessoa em nosso amigo, só com o tempo confiamos plenamente, e passamos a permitir que o outro entre em nós sem reservas... só assim nos entregamos também... e só se entrega quem também sente entrega.

The way... gosto

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Relendo-me...

Força...

Pensamos por vezes que queremos muito uma coisa e para isso fazemos muita força. Por um lado acho que é esse o caminho, a luta pelo que acreditamos, pelas nossas convicções, aquelas que alguns mudam ou ajustam para chegar à felicidade, ou aquelas que há quem não abdique e as prefira à própria felicidade. Pergunto:

Não estarão completamente interligadas? Não estarão as convicções na base da felicidade? Se essas convicções não me trazem felicidade porque não as repenso? porque não as ajusto?

Será que parece falta de personalidade a flexibilidade? Ou precisamente o contrário?
Entendo uma coisa, que as nossas convicções nos balizam a vida, e a tornam mais confortável e segura, porque quando nos questionamos perdemos um pouco o pé, deixamos de ter algumas das guias que nos orientam, e isso assusta, dá medo.
Mas quando as questões me surgem, e a felicidade me escapa, não consigo deixar de querer resolver a origem disso,que lá está... podem ser as ditas convicções, se calhar as que subscrevi até ali já não me servem...

Falta de personalidade, reeitero? Não. Capacidade de adaptação ao que é novo. Ou em termos médicos cicatrização.

Sabes que mais? Pensar menos é viver mais, só assim se sente mais, só assim (em resposta a uma partilha de hoje) o amor pode surgir... sem planos, sem força, sem pressa, sem pressão, sem previsões. :)

E amar demais não tem de ser assustador... para além de que só tem mais uma letra que mar. eh eh eh

Faz quase um ano este sonho...

Sonho?

Sonhei com um rio/
calmo/
e uma velhota/
que queria em paz entrar no rio/
mas ninguém a deixava ir/
porque tinham medo que ela se afogasse/
ela fez várias tentativas/
e sempre alguém a impedia/
de lá entrar/
o corpo dela estava já muito velhinho/
e ela queria ir/
de repente todos se distraíram/
e ela foi/
devagar/
sem ninguém notar/
a sorrir/
a descer cada vez mais/
a deixar de se ver/
e quando entrou no rio/
completamente/
transformou-se num morcego/
e voou/
o morcego era lindo/
passou por mim/
ia a sorrir/
ela só queria ir/
e não a deixavam/
ela tinha dores com aquele corpo/
e as pessoas egoístas não a deixavam ir/
porque gostavam dela/
porque precisavam dela/
dependiam de a ajudar/
dependiam da fragilidade dela/
para se sentirem fortes/
e ela só queria ir/
só queria não ter mais dores/

e foi... /voou/ e feliz.../ em paz

acordei a chorar ... e ouvi:

"Amor foi só um sonho"

Será?

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Para comprar um / O perfume

Para comprar O perfume que me "assenta" gosto de o experimentar, andar o resto do dia com ele, e no fim do dia senti-lo com mais atenção... ao fim do dia e ao longo do mesmo... acho que encontrei o proximo. O meu proximo...

Anunciando e chamando o verão...

Pablo Neruda

"Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.
Morre lentamente, quem abandona um projecto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples facto de respirar. Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade."

Pablo Neruda

Tia, tive de te "roubar" isto do teu blog :) Obrigada :)

Voltando do deserto...



O deserto que atravessei
Ninguém me viu passar
Estranha e só
Nem pude ver que o céu é maior

Tentei dizer
Mas vi você
Tão longe de chegar
Mais perto de algum lugar

É deserto onde eu te encontrei
Você me viu passar
Correndo só
Nem pude ver que o tempo é maior

Olhei pra mim
Me vi assim
Tão perto de chegar
Onde você não está

No silêncio uma catedral
Um templo em mim
Onde eu possa ser imortal
Mas vai existir
Eu sei, vai ter que existir
Vai resistir nosso lugar

Solidão, quem pode evitar?
Te encontro enfim
Meu coração é secular
Sonha e desagua dentro de mim
Amanhã, devagar
Me diz como voltar

Se eu disser que foi por amor
Não vou mentir pra mim
Se eu disser deixa pra depois
Não foi sempre assim

Tentei dizer
Mas vi você
Tão longe de chegar
Mais perto de algum lugar

segunda-feira, 13 de abril de 2009


Amanhã vou...

A piscina, trabalhar, trabalhar... e por fim, mas não no fim ouvir o rouxinol...

O meu ...


Erros?

Nunca me disseram "Foste um erro na minha vida" também nunca senti que alguém tivesse sido um erro na minha vida, mas nos últimos tempos senti algo, completamente diferente, que me fez confrontar pela primeira vez com o facto que há realmente "erros" que cometemos. "Erros" que estragam os nossos próprios sonhos, e que há pessoas que podem realmente ser um "erro" na nossa vida, mas esses "erros" fazem parte do que somos agora.
Sempre olhei ou tentei olhar os "erros" emocionais como aprendizagens, mas creio que está na hora de olhar de frente para esses "erros" e aceitar que são "APENAS ISSO". Não esperar mais daquilo que não são.
Pela primeira vez o silêncio, o vazio da tentativa de entendimento me perturbou. É por isto que tenho "medo" do silêncio... Em tempos tive alguém que ficou magoado comigo e me disse tudo, me chamou todos os nomes, me deu espaço para lhe responder, e hoje não somos amigos, (ainda) não nos damos mal, mas há paz entre nós.
Há alturas na vida que fugimos da verdade, outras há em que queremos que nos digam toda a verdade, que nos contem, que partilhem tudo. Até chegar à fase em que o melhor é mesmo só saber parte, só algumas coisas. Há informação que só nos magoa mais... Há informação perfeitamente irrelevante, e outra profundamente relevante que muitas vezes nos é omitida, esse é o silêncio que me "esturba".

visitem também...

http://poetinhadumraio.blogspot.com/2009/04/es-um-erro-na-minha-vida.html

segunda-feira, 30 de março de 2009

sábado, 28 de março de 2009

quarta-feira, 18 de março de 2009

segunda-feira, 2 de março de 2009

Regra

Quando damos o que nos faz falta mais tarde ou mais cedo vamos cobrar.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Vim...

Primeira impressão, frio, muito frio, e eu ainda com sono, porque dormi pouco na noite anterior.
De resto, um passeio ao frio, uma caminhada valente que me deixou cansada, e um inicio de inglês que se apresenta muito rusty, muito enferrujado. Mas vou trabalha-lo.
88, Trafalgar Square, St. Martins in the Fields onde tive o privilégio de assistir a um ensaio de um concerto de Bach, National Portrait Gallery e umas voltinhas pela rua dos teatros, já deram lugar a um joelho queixoso e a uma caixa toráxica pouco trabalhada... de volta ao 88, e home to rest... tomorrow I´m gonna visit The Globe and the Tate :)
Quero só mostrar o meu agrado e qui ca uma ideia para os amigos lusitanos, com uma cena lindissima num museu super conceituado onde aparente e teoricamente "devemos" ter comportamentos serios e rigidos. Estava um grupo de crianças e respectivos pais deitados no chão a desenhar, a pintar, a brincar com os quadros da Galeria, crianças pequenas completamente envolvidas na arte. Leva-me a relacionar com Daniel Pennac, uma reconciliação com a pintura, uma chamada dos museus à geração futura. Tão bom que dei por mim encostada a uma das paredes a assistir àquela cena com um sorriso enorme e cheia de vontade de fotografar, mas achei que não, podia perturbar a concentração das crianças e incomodar os pais.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Paradoxo ou não... para hoje...

"Somos livres de escolher, mas obrigados a decidir"

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Palavras alheias com que me identifico

Gosto de sentir quando as palavras dos grandes escritores servem para descrever o que sinto, o que me vai na alma. Parece que eles me conseguem ler, que me entendem. É estranho, mas isso alivia-me, porque me verbalizam. E fazem-no de uma forma que torna belo o mais sofrido sentimento.

Surge-me agora a letra da música:
"Todo o grande amor, só é bem grande se for triste...
Mas meu amor, não tenha medo de sofrer, pois todos os caminhos me encaminham para você"

Saudações à Poetinha d'um raio que admiro, quando "abre" a torneira da sua alma para as teclas do computador... sai o que sair, a verdade é que é tão genuína que dá imenso prazer de ler :)

Cansaço

O que há em mim é sobretudo cansaço —
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto em alguém,
Essas coisas todas —
Essas e o que falta nelas eternamente —;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada —
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço,
Íssimno, íssimo, íssimo,
Cansaço...

Álvaro de Campos, in "Poemas"

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Cervantes

"Amor e desejo são coisas diferentes. Nem tudo o que se ama se deseja e nem tudo o que se deseja se ama."
Miguel de Cervantes


E pergunto eu, podemos desejar o que amamos? Amar o que desejamos?

"Uma coisa não implica a outra", mas uma coisa não impede a outra.

Mostra que vou...

domingo, 4 de janeiro de 2009

Fala

Fala a sério e fala no gozo
Fá-la pela calada e fala claro
Fala deveras saboroso
Fala barato e fala caro
Fala ao ouvido fala ao coração
Falinhas mansas ou palavrão
Fala à miúda mas fá-la bem
Fala ao teu pai mas ouve a tua mãe
Fala francês fala béu-béu
Fala fininho e fala grosso
Desentulha a garganta levanta o pescoço
Fala como se falar fosse andar
Fala com elegância - muito e devagar.


Alexandre O'Neill