terça-feira, 13 de maio de 2008

Já sei do que tenho saudades...

Todos os instantes passados contigo fazem desaparecer tudo o resto, mas não de uma forma alucinada, não de uma forma de alheamento do mundo, mas de uma forma mágica em que tudo à nossa volta parece mudar de cor, parece parar... lembro o relógio bom...
"tinha o costume de se adiantar quando havia desgraça cá em casa, tal qual como se quisesse que os tempos maus passassem depressa. Para nosso bem, claro! E quando estávamos felizes punha-se a atrasar-se para nos deixar gozar a felicidade mais tempo... Era um relógio bom! Mas também tínhamos um que era mau... Agora está na cozinha. É bem feito(...)".
Depois destes momentos coloridos, perfumados, intensos a retoma da realidade pode ser muito dura, é muito dura, é muito assustador o constatar que não se sabe se se vai ter oportunidade na vida de voltar a ver aquelas cores, aquele cheiro, aquelas texturas... É aqui que temos de ligar o botão 23/32 ou seja, virar a história ao contrário e pensar, que privilégio, que privilegiada sou por ter tido direito a sentir o que senti... Ninguém nunca pode roubar-me aquela memória, aquela sensação, aquele momento que dinheiro nenhum paga, que palavras nenhumas estragam, que pessoas nenhumas envenenam...
Chorar, gritar por dentro e perguntar porque? porque? dói que só quem passa pode saber, mas é uma dor que roça no prazer máximo da vida, no facto de estar viva.
Mas tu perguntas, porque me dão um doce se logo a seguir mo tiram? Não é justo, não comi até ao fim, quero mais, fiquei viciada... o que tenho de fazer para provar mais?
Isto se pensarmos que alguém ou algo comanda a tua vida... se algo mais forte do que tu brinca contigo.

Imagino "Deus" como uma criança que brinca com os legos, com os playmobil"es" com os pin e pons...

enfim... pois que sim, que tenho saudades de ver "aquela" cor... mas pronto... mostra que é bom vermos de vez em quando o black and white e por vezes em sépia, para darmos valor às cores pastel do mais belo por do sol...

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