quinta-feira, 10 de abril de 2008

Reconciliações

É como no amor... Não pedir nada em troca...

" Para que haja esta reconciliação com a leitura, existe uma única condição: não pedir nada em troca. Absolutamente nada. Não erguer qualquer barreira de conhecimentos prévios em torno do livro; não colocar a mais ínfima questão; não os obrigar a fazer trabalhos de casa; não acrescentar uma palavra que seja às que foram lidas; não fazer juizos de valor, não dar explicações de vocabulário, nem fazer análises de textos, nem biografias... proibição absoluta de "falar acerca de "
Leitura-dádiva.
Ler e esperar.
Não se força a curiosidade, desperta-se.
Ler, ler e confiar nos olhos que se abrem, nas caras que se regozijam, na pergunta que vai nascer e que levará a outras.
Se o pedagogo que existe em mim se preocupa por " apresentar a obra no seu contexto" terá o pedagogo de ser persuadido a que, por agora, o único contexto que importa é o desta turma.
Os caminhos do conhecimento não terminam nesta turma: é aqui que devem começar!
Por agora, leio romances a um auditório que julga que não gosta de ler. Enquanto eu não dissipar esta ilusão, enquanto não fizer o meu trabalho intermédio, nada de sério se poderá ensinar. (...)"

"Como um romance" Daniel Pennac

Um comentário:

Guida disse...

Vir aqui é sempre uma lufada de ar fresco!
Ausentei-me, mas voltei.... sequiosa das palavras que voam nesta nuvem que adoro acompanhar!
Obrigada pela partilha, pela simplicidade, pela profundidade e por todos os pensamentos que afloram na minha mente depois destas visitas.
Mal posso esperar pelas conversas!!!

Um beijinho grande,
Guida