"Subo um muro alto, mais alto do que o céu que vejo com meus olhos terrenos.
As pernas doem-me, mas cada vez mais se preparam para a escalda.
Os dedos dos pés sangram entre eles, talvez o caminho seja demasiado árduo para a sua singela pele outrora macia.
Sou frágil, não sou fraca e por isso subo decidida mesmo que com lágrimas a lavarem-me a cara.
O topo é inalcançável, mas a viagem promete ser continuamente aliciante.
Estou há três dias nesta caminhada. Já não me doem as pernas, já não me sagra por debaixo da pele dos pés e as lágrimas transformam-se devagar em marcas que cravam a pele cada vez mais morena, queimada do sol.
Olho para trás e vejo que começo a ser seguida… levo agora atrás de mim sete pessoas que não conheço, mas que sorriem para mim, uma cabrinha do monte, um gato, que não é o meu, um cão azul e um pássaro que sobrevoa a cabeça da cabra em círculos amistosos.
O muro apresenta-se menos tortuoso. Olhamo-nos, rimos, dividimos o pão que alguém traz na mochila presa às costas, bebemos água do cantil que o cão azul traz ao pescoço e decidimos descansar quando nos apetecer.
Estamos nestas andanças há sete dias. As marcas na cara desapareceram debaixo de um bronze cor de ouro.
2 comentários:
Amei amei amei... És linda e Lisboa é mais rica porque te tem cá. Cheguei das nuvens. tenho saudades! Amanhã lá vais tu... Onde eu estive, onde sempre serei uma "kid"... E sabes? o zé tem dado noticias não ás pessoas certas que devia. Mau maria, como dizem os antigos... Está o mundo torto ao contrario? Do que nos livramos na vida não é?
um beijo do tamanho de um CB!(quando descobrires o que é dou-te um doce! ehehehe)
Ahahahaha.... Valentona! ;)
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