sexta-feira, 22 de maio de 2009

Cativa-me e eu cativo-te... O que é o amor?




Principezinho

...E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
- Ah! desculpa, disse o principezinho.
- Que quer dizer "cativar"?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços..."
- Criar laços?
- Exactamente, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo... Se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
- Por favor... cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me! ...

Antoine de Saint Exuperry

"casamentos e infidelidades"




"Não podemos construir a nossa felicidade em cima da infelicidade dos outros."

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Best friend love...



Amar alguém que é o nosso melhor amigo será utopia?
Porque é que isso dificilmente acontece?
Porque quando amamos alguém queremo-lo(a) sempre colado(a) a nós... até ao mais generoso dos seres humanos toca o egoísmo e a sensação de ciume quando ama. :) Mas acredito que é possível. E só o tempo transforma essa pessoa em nosso amigo, só com o tempo confiamos plenamente, e passamos a permitir que o outro entre em nós sem reservas... só assim nos entregamos também... e só se entrega quem também sente entrega.

The way... gosto

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Relendo-me...

Força...

Pensamos por vezes que queremos muito uma coisa e para isso fazemos muita força. Por um lado acho que é esse o caminho, a luta pelo que acreditamos, pelas nossas convicções, aquelas que alguns mudam ou ajustam para chegar à felicidade, ou aquelas que há quem não abdique e as prefira à própria felicidade. Pergunto:

Não estarão completamente interligadas? Não estarão as convicções na base da felicidade? Se essas convicções não me trazem felicidade porque não as repenso? porque não as ajusto?

Será que parece falta de personalidade a flexibilidade? Ou precisamente o contrário?
Entendo uma coisa, que as nossas convicções nos balizam a vida, e a tornam mais confortável e segura, porque quando nos questionamos perdemos um pouco o pé, deixamos de ter algumas das guias que nos orientam, e isso assusta, dá medo.
Mas quando as questões me surgem, e a felicidade me escapa, não consigo deixar de querer resolver a origem disso,que lá está... podem ser as ditas convicções, se calhar as que subscrevi até ali já não me servem...

Falta de personalidade, reeitero? Não. Capacidade de adaptação ao que é novo. Ou em termos médicos cicatrização.

Sabes que mais? Pensar menos é viver mais, só assim se sente mais, só assim (em resposta a uma partilha de hoje) o amor pode surgir... sem planos, sem força, sem pressa, sem pressão, sem previsões. :)

E amar demais não tem de ser assustador... para além de que só tem mais uma letra que mar. eh eh eh

Faz quase um ano este sonho...

Sonho?

Sonhei com um rio/
calmo/
e uma velhota/
que queria em paz entrar no rio/
mas ninguém a deixava ir/
porque tinham medo que ela se afogasse/
ela fez várias tentativas/
e sempre alguém a impedia/
de lá entrar/
o corpo dela estava já muito velhinho/
e ela queria ir/
de repente todos se distraíram/
e ela foi/
devagar/
sem ninguém notar/
a sorrir/
a descer cada vez mais/
a deixar de se ver/
e quando entrou no rio/
completamente/
transformou-se num morcego/
e voou/
o morcego era lindo/
passou por mim/
ia a sorrir/
ela só queria ir/
e não a deixavam/
ela tinha dores com aquele corpo/
e as pessoas egoístas não a deixavam ir/
porque gostavam dela/
porque precisavam dela/
dependiam de a ajudar/
dependiam da fragilidade dela/
para se sentirem fortes/
e ela só queria ir/
só queria não ter mais dores/

e foi... /voou/ e feliz.../ em paz

acordei a chorar ... e ouvi:

"Amor foi só um sonho"

Será?

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Para comprar um / O perfume

Para comprar O perfume que me "assenta" gosto de o experimentar, andar o resto do dia com ele, e no fim do dia senti-lo com mais atenção... ao fim do dia e ao longo do mesmo... acho que encontrei o proximo. O meu proximo...

Anunciando e chamando o verão...

Pablo Neruda

"Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.
Morre lentamente, quem abandona um projecto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples facto de respirar. Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade."

Pablo Neruda

Tia, tive de te "roubar" isto do teu blog :) Obrigada :)

Voltando do deserto...



O deserto que atravessei
Ninguém me viu passar
Estranha e só
Nem pude ver que o céu é maior

Tentei dizer
Mas vi você
Tão longe de chegar
Mais perto de algum lugar

É deserto onde eu te encontrei
Você me viu passar
Correndo só
Nem pude ver que o tempo é maior

Olhei pra mim
Me vi assim
Tão perto de chegar
Onde você não está

No silêncio uma catedral
Um templo em mim
Onde eu possa ser imortal
Mas vai existir
Eu sei, vai ter que existir
Vai resistir nosso lugar

Solidão, quem pode evitar?
Te encontro enfim
Meu coração é secular
Sonha e desagua dentro de mim
Amanhã, devagar
Me diz como voltar

Se eu disser que foi por amor
Não vou mentir pra mim
Se eu disser deixa pra depois
Não foi sempre assim

Tentei dizer
Mas vi você
Tão longe de chegar
Mais perto de algum lugar