Gostei particularmente destas duas obras, entre muitas outras que vi. Acho que nós escolhemos as peças com que nos identificamos... há uma outra obra que gostei bastante, que me perdoe quem não gostar, mas alguma coisa me chamou à atenção neste quadro, será por causa das cores? será que me identifico com algo ali? Mas acho que todas elas têm um pouco de mudança de forma de estar e ver a vida. Acho que todas têm inerente um grito, mas um grito bom, libertador, de catarse. Gostei deste momento que passei com papai, cúmplice, uma partilha bonita. Obrigada a quem me ofereceu o convite. E ainda bem que era para 2 pessoas, e que bem escolhida a minha companhia.
Pensamos por vezes que queremos muito uma coisa e para isso fazemos muita força. Por um lado acho que é esse o caminho, a luta pelo que acreditamos, pelas nossas convicções, aquelas que alguns mudam ou ajustam para chegar à felicidade, ou aquelas que há quem não abdique e as prefira à própria felicidade. Pergunto:
Não estarão completamente interligadas? Não estarão as convicções na base da felicidade? Se essas convicções não me trazem felicidade porque não as repenso? porque não as ajusto?
Será que parece falta de personalidade a flexibilidade? Ou precisamente o contrário? Entendo uma coisa, que as nossas convicções nos balizam a vida, e a tornam mais confortável e segura, porque quando nos questionamos perdemos um pouco o pé, deixamos de ter algumas das guias que nos orientam, e isso assusta, dá medo. Mas quando as questões me surgem, e a felicidade me escapa, não consigo deixar de querer resolver a origem disso,que lá está... podem ser as ditas convicções, se calhar as que subscrevi até ali já não me servem...
Falta de personalidade, reeitero? Não. Capacidade de adaptação ao que é novo. Ou em termos médicos cicatrização.
Sabes que mais? Pensar menos é viver mais, só assim se sente mais, só assim (em resposta a uma partilha de hoje) o amor pode surgir... sem planos, sem força, sem pressa, sem pressão, sem previsões. :)
E amar demais não tem de ser assustador... para além de que só tem mais uma letra que mar. eh eh eh
Sabes aqueles dias, aquelas aulas em que nada que o professor ou professora diga te fazem acordar? nada que aconteça na sala de aula te faz tirar os olhos do mar algarvio que se via da janela daquela sala de biologia. E para ajudar à festa tinha acabado a parte da biologia e era a primeira aula de geologia, com grande pena nossa. Estavámos renitentes em relação às rochas, e tentamos trazer milhões de dúvidas de Biologia para evitar que a professora mudasse de matéria. :) esforço inglorio como deves calcular. Então começou a aula. E passaram por nós, milhares de pedras em que tinhamos de ver os eixos, a cor, a textura, se risca ou não risca, se se desfaz ou não... enfim, Uau né? Então há um momento daqueles parvos em que passa uma pedra de seu nome Galena (PbS) sulfureto de chumbo. E uma amiga sentada ao meu lado olha para mim e diz : "Ana Galena e os seus pintainhos" e começa a contar uma história com essa personagem principal que seria eu... bem dito bem feito... gargalhada geral e um nome para a vida... e acredita, uma grande motivação para o resto das aulas de geologia.
No meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra. Nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas. Nunca me esquecerei que no meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho no meio do caminho tinha uma pedra.
Mas não o estou completamente comigo... "You can run, but you can not hide"
"Olha que a drama queen sou eu" disse-me uma grande amiga. Eu respondo,
"Eu drama queen? não é a minha natureza"
Ela ri-se... "não é não"... com uma gargalhada do outro lado.
Reflicto sobre isso... e sobre outras coisas que me têm dito nos últimos tempos
"És policia de ti mesma" "Não te dás tréguas" "Tu não és assim com os outros" "Tenta ser contigo como és com os outros" "Tu esmiúças tudo, tentas compreender tudo, relaxa um pouco"
E já são tantas pessoas a dizer coisas deste género... alguma coisa quer dizer...
E a conversa de há pouco ao telefone fez-me pensar... pensar que tenho de deixar de pensar, e agir... ser ponderada sim, mas sem exagero. E além de que ao ser tão exigente, também passo uma ideia de que sei tudo... será?
"...que o nosso coração tem, mas às vezes só queremos ouvir o outro e pensar com ele em todas as possibilidades só isso"
Mais uma encruzilhada, mais um cruzamento, um carrefour se me atravessa... perco-me no momento em que a noticia chega, mas rapidamente junto à minha, umas cabeças pensantes que me ajudam. Adoro ouvir as opiniões, mas sinceramente o que me custa é quando as pessoas me tentam mostrar a reposta. O caminho... quando me respondem como se soubessem o caminho que é melhor para mim. Eu sei que é a forma que tem, e que sabem, para me ajudar. E eu tenho de saber filtrar e recolher o que de melhor a sua opinião tem, e o que de bom, e frutífero isso pode ter para mim.
" A minha amiga está a aprender a dizer que não" e a importância que tem um "não" positivo.
"É muito mais giro pensar junto do que sozinho e quando nos impõem uma opinião estamos sozinhos na mesma, não estamos a chegar a uma solução conjunta"
Deve ser essa a diferença entre um pedagogo e um professor :)
Não vou viver, como alguém que só espera um novo amor Há outras coisas no caminho onde eu vou As vezes ando só, trocando passos com a solidão Momentos que são só meus, e que não abro mão Já sei olhar o rio por onde a vida passa Sem me precipitar, e nem perder a hora Escuto no silêncio que há em mim e basta Outro tempo começou pra mim agora
Vou deixar a rua me levar Ver a cidade se acender A lua vai banhar esse lugar Eu vou lembrar você
Mas tenho ainda muita coisa pra arrumar Promessas que me fiz e que ainda não cumpri Palavras me aguardam o tempo exato pra falar Coisas minhas, talvez você nem queira ouvir Já sei olhar o rio por onde a vida passa Sem me precipitar, e nem perder a hora Escuto no silÊncio que há em mim e basta Outro tempo começou pra mim agora
Hoje e Ontem "nostalgiei"... Às vezes também me dá para isto, :( regra geral sou alguém positiva, sou alguém cheia de vontade de viver, de experimentar, de conhecer, mas há momentos, temos momentos, há pessoas que nos marcam e que por mais que queiramos não deixam de marcar... será que não somos nós que queremos que continuem em marcar? Porque é que não é assim fácil de desligar da ficha? Pode ser que isso seja uma mais valia, pois quando me apaixono é a sério. Às vezes gostava de não ser assim... A música em baixo ouvi-a ontem no carro a caminho de casa... e olha deixou-me assim... "nostaleira". Sinto-me uma "Eçariana" com estas variações do "verbo" "nostalgiar"...